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Mulher aponta machismo em curso de noivos de igreja Adventista


Jéssica Arruda de 28 anos, se inscreveu no curso de noivos oferecido pela comunidade evangélica que costuma frequentar, a Igreja Adventista do Sétimo Dia após ficar noiva com seu companheiro, Tulio Castro e ficou constrangida com alguns trechos do material do curso.

"Eu imaginava que coisas ultrapassadas seriam ditas, mas eu não imaginava que elas poderiam ser tão perigosas se você não souber o que é problemático" disse Jéssica no início da gravação.

Ao decorrer do vídeo, ela lê alguns dos conselhos contidos na apostila, como por exemplo: "O lar é uma extensão da personalidade da mulher. Converse mais sobre o lar e os filhos. Ajude-a nas atividades domésticas. Você não deixará de ser homem por isso", e "O homem fica frustrado e, muitas vezes, até com raiva quando a mulher se nega a fazer sexo".

Na legenda do vídeo que já passou de 80 mil visualizações e dois mil comentários, Jéssica explicou a sua decisão de expor o material, que foi editado em 2019.

"A verdade é que existem coisas muito perigosas nas entrelinhas desse material e me preocupa a mera possibilidade das pessoas não perceberem a gravidade de algumas ideias que estão presentes ali. Ideias que legitimam abuso, assédio, violência e transferência de responsabilidade. Além disso, quero alertar mulheres que carregam sozinhas a responsabilidade das atividades domésticas e o cuidado dos filhos, que elas precisam ser valorizadas e respeitadas. pois desempenham um trabalho tão exaustivo e cansativo quanto o de qualquer pessoa com carteira assinada", escreveu.

A noiva também reconheceu a boa intenção da igreja em tentar compilar informações para instruir casais sobre como ter uma relação duradoura, mas critica a instituição por perpetuar estereótipos de gênero.

"Entendo que se a igreja está preocupada com a felicidade mútua do casal deveria abordar o ideal divino estabelecido no Éden antes do pecado como o modelo a ser seguido e não reforçar os estereótipos de uma sociedade cheia de injustiça e manchada pelo pecado. Homem e mulher, feitos à imagem e semelhança de Deus, com igual importância e responsabilidade. É urgente a necessidade de mudar a abordagem e contribuir para uma sociedade menos machista, opressora, violenta e abusiva, mais próxima do que seria a vontade do Criador", finalizou ela.



“O lar é uma extensão da personalidade da mulher. Converse mais sobre o lar e os filhos. Ajude-a nas atividades domésticas. Você não deixará de ser homem por isso”. "O homem fica frustrado e muitas vezes, até com raiva, quando a mulher se nega a fazer sexo". Os dois “conselhos” acima foram retirados do material entregue no curso de noivos que a Igreja Adventista promove para casais que estão prestes a casar. Ele foi editado em 2019 pela Divisão Sul Americana da IASD, ou seja, foi revisado pouco tempo atrás. A verdade é que existem coisas muito perigosas nas entrelinhas desse material e me preocupa a mera possibilidade das pessoas não perceberem a gravidade de algumas ideias que estão presentes ali. Ideias que legitimam abuso, assédio, violência e transferência de responsabilidade. Além disso, quero alertar mulheres que carregam sozinhas a responsabilidade das atividades domésticas e o cuidado dos filhos que elas precisam ser valorizadas e respeitadas pois desempenham um TRABALHO tão exaustivo e cansativo quanto o de qualquer pessoa com carteira assinada. Entendo que se a igreja está preocupada com a felicidade mútua do casal, deveria abordar o ideal divino estabelecido no Éden antes do pecado como o modelo a ser seguido e não reforçar os estereótipos de uma sociedade cheia de injustiça e manchada pelo pecado. Homem e mulher, feitos à imagem e semelhança de Deus, com igual importância e responsabilidade. É urgente a necessidade de mudar a abordagem e contribuir para uma sociedade menos machista, opressora, violenta e abusiva, mais próxima do que seria a vontade do Criador! @adventistasbrasil @jovensadventistasbrasil @web.dsa #iasd #cursodenoivosIASD #adventistas
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