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Clínica onde duas mulheres morreram após fazer endoscopia é interditada em Santa Catarina

A clínica onde duas mulheres morreram após fazer uma endoscopia, em Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina, foi interditada na manhã desta...

A clínica onde duas mulheres morreram após fazer uma endoscopia, em Joaçaba, no Meio-Oeste de Santa Catarina, foi interditada na manhã desta segunda-feira pela Vigilância Sanitária Regional. A medida foi tomada três dias após as mortes ocorrerem.

Nesta manhã, dois fiscais da vigilância fizeram uma análise técnica do local. Foram vistoriadas a sala de consulta e de exames. Entre o material recolhido pelos fiscais, está uma maleta de primeiros socorros que continha equipamentos de intubação.

A interdição da Conci Clínica Médica segue uma medida cautelar para evitar que o local siga atendendo pacientes. Nesta tarde, técnicos em farmacologia da Vigilância Sanitária de Florianópolis também visitarão a unidade de saúde.

O gastroenterologista responsável pelos exames, Denis Conci Braga, 31 anos, foi preso em flagrante por homicídio culposo (sem intenção de matar), prestou depoimento, pagou fiança de R$ 2550 e responderá o processo em liberdade. Ele deverá prestar depoimento novamente à polícia nesta semana sobre os procedimentos adotados durante a realização de oito endoscopias.

O advogado do médico, Germano Bess, afirmou, nesta segunda-feira, que acha a interdição da clínica uma atitude prematura. Ele acredita que seria melhor esperar o laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP), que deve ficar pronto em até 30 dias.

O Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (Cremesc) vai instaurar uma sindicância para apurar a responsabilidade do médico no caso.

Vítimas

Conforme o delegado Maurício Pretto, somente a conclusão dos laudos periciais e exames bioquímicos explicará a morte da dona de casa Maria Rosa de Almeida dos Santos, 51 anos, de Joaçaba; e da agricultora de Iomerê, Santa Pagliarini Sipp, 60 anos.

O indício mais forte é que a xilocaína tenha causado as sucessivas convulsões e paradas respiratórias nas vítimas. A hipótese ganha força porque Pretto afirma que houve outros casos, há cerca de sete anos, no Brasil.

No site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) há um registro de 2005 que alerta para o uso da xilocaína. Na época, três pessoas morreram e 12 tiveram reações adversas, em Itagibá, na Bahia, depois da utilização do anestésico para fazer a endoscopia.

Quatro pacientes da Conci Clínica Médica seguem internados em hospitais de Joaçaba e Videira. O caso mais grave é de Iara Penteado, de 15 anos, que está em coma induzido.
DIÁRIO CATARINENSE /Zero Hora /iGoospel

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