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Múmias de freiras descobertas em mosteiro de SP têm 130 e 230 anos

Publicado em 16 de outubro 2009 Cientistas descobriram mais dois corpos de freiras mumificados no Mosteiro da Luz, na área do Museu de Arte...

Publicado em 16 de outubro 2009
Cientistas descobriram mais dois corpos de freiras mumificados no Mosteiro da Luz, na área do Museu de Arte Sacra de São Paulo. Eles estão enterrados em duas das seis carneiras (tumbas na parede) fechadas com taipa de pilão do século XIX, construídas no local onde ficava a antiga sacristia da igreja de Frei Antônio de Sant'Anna Galvão - o primeiro santo brasileiro. Até 1822, lá também funcionou o cemitério das Irmãs Concepcionistas da Congregação de Imaculada Conceição, que vivem enclausuradas no mosteiro.
Os primeiros corpos foram localizados em fevereiro de 2008. A descoberta ocorreu por acaso, devido a um foco de cupim na tomada de entrada da sala das tumbas. Eles estão sendo estudados por uma equipe do Museu de Arqueologia e Etmologia da USP. Os pesquisadores já sabem que o primeiro corpo - que está deitado de lado na tumba, com a cabeça recostada no ombro de outro - é de uma irmã que morreu em 1780, e tem 230 anos. A outra freira, de 130 anos, que divide o espaço, foi enterrada 100 anos depois.
O arqueólogo e professor de arqueologia forense Sergio Francisco Monteiro da Silva, um dos pesquisadores, explica que a data da morte das irmãs foi levantada a partir de testes realizados com Carbono 14. Mas alerta que a margem de erro é de 40 anos para cima ou 40 para baixo. Comentava-se que as freiras poderiam ter sido enterradas vivas, porque os corpos estavam na terra e uma delas tinha a boca aberta. Havia uma lenda de que as freiras da clausura ouviam batidas vindas das tumbas.
Os arqueólogos encontraram, ao todo, 11 corpos enterrados nas seis carneiras do mosteiro. Apenas em uma delas tinha só um corpo. Dos 11 corpos, três são múmias (conservados). Os demais apresentam diferentes graus de conservação. Segundo pesquisadores, nas carneiras há desde esqueletos articulados completos, com fragmentos de pele, cabelo e outros tecidos, até ossadas irreconhecíveis, com partes devoradas por cupins.
Segundo o diretor do MAE, José Luiz de Moraes, coordenador das pesquisas, exames complementares estão sendo realizados para dar maior precisão às datas. Os testes também foram feitos nos novos corpos, mas ainda não há resultados. O Carbono 14 consiste na contagem de átomos de C14 no organismo, que começa a diminuir gradativamente após a morte.
De acordo com o arqueólogo Sérgio Francisco Monteiro da Silva, os túmulos inferiores estão a 1,5 metro do chão. "Dá para perceber que a umidade teve influência na preservação dos corpos. Os de cima, onde é menos úmido, estão mais conservados", diz. Segundo ele, se não fosse a ação dos cupins e a umidade, poderia haver mais corpos mumificados. Até hoje, 129 freiras que viveram na clausura estão enterradas no Mosteiro da Luz.

Fonte:Globo

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