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Chineses cultuam sincretismo religioso

Publicado em 9 de setembro 2009 O taoísmo e o confucionismo, religiões ou filosofias nascida na China, têm contribuição a dar para a paz no...

Publicado em 9 de setembro 2009
O taoísmo e o confucionismo, religiões ou filosofias nascida na China, têm contribuição a dar para a paz no mundo, enfatizando o equilíbrio que a alma humana pode alcançar nas suas relações, consigo mesmo e com o outro.
A indicação é do mestre em artes marciais Adriano Jagmin D’Ávila, formado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e diretor do Centro Cultural Tao, de Porto Alegre. Adriano participou, na sexta-feira, 4, do programa Religiões do Mundo, do Instituto Humanitas, de São Leopoldo, abordando a religiosidade chinesa.
A China é um caldo de pluralismo religioso e cultural. O sincretismo religioso bebe das fontes do taoísmo, do confucionismo e do budismo chinês, que depositam influência na arte marcial. “Não é possível estudar histórica e culturalmente o próprio aprofundamento das artes marciais chinesas sem que se coloque o viés religioso”, disse Adriano.
Em toda arte marcial existem princípios bem claros relativos ao confucionismo, da responsabilidade da própria pessoa consigo mesma, com a escola, a família, o Estado. “Você não cultua o corpo, cultua a mente para que, no plano da mente se possa melhor cultuar o corpo e o espírito”, explicou o mestre.
A ênfase na responsabilidade individual, o saber colocar-se no lugar do outro e a observância de ritos são pontos centrais do confucionismo que estão presentes na sociedade chinesa. O xamanismo e o culto aos antepassados são fundamentais na família chinesa.
“Toda a estrutura chinesa é de veneração dos antepassados. A base de toda a estrutura, não só na cultura chinesa de hoje, mas no passado e também em todas as manifestações nas quais se incluem as artes marciais, é a família”, frisou o bacharel em História.
Esse aspecto de valorização de hábitos familiares é muito importante na cultura chinesa, tanto que toda negociação comercial tem início junto à mesa. Primeiro o chinês convida o futuro parceiro de negócio, se for um estrangeiro, para conhecê-lo melhor e, no segundo encontro, talvez alguém da família participe das conversações.
O Tai Chi Chuan e o Pa Kua são artes marciais que sofreram grande influência do taoísmo. O taoísmo tem duas vertentes: uma filosófica e outra religiosa. Lao Tse professava o Tao-chia, que não conhecida dogmas. Mais tarde, com o movimento budista que se instalava na China, o taoísmo ganhou a vertente religiosa como contraponto ao budismo.
O taoísmo incentiva a pessoa a ser observadora de si própria e das coisas ao seu redor, para que não interfira numa lei maior. “Se você pertence ao Tao, não terá o que temer. Fala-se muito na palavra ‘não-ação’, que não é o não fazer nada, mas é o não interagir com as coisas que devem estar em harmonia”, apontou o mestre em artes marciais. Esse é um dos motivos que leva o chinês a não desenvolver um espírito crítico.
Na análise de Adriano, que é brasileiro, começou a prática das artes marciais com 11 anos de idade e viajou cinco vezes a China “para entender mais essa alma chinesa”, os chineses são muito confucionistas. Daí vem o espírito de doação para um conjunto maior que é a evolução da própria China.
Pelo espírito confucionista, o chinês não tolera, ele compreende e aceita. Para Adriano, essa é uma grande contribuição do espírito chinês à humanidade, fazer as pessoas ponderarem que podem ser mais sábias, e assim estarão em paz. “E estando em paz, suas famílias, sua sociedade e seus países estarão em paz.”
Quem soube muito bem se apropriar dessa concepção foi o governo revolucionário. Ao instrumentalizar crenças religiosas e conhecimentos filosóficos presentes na milenar cultura chinesa, o Partido Comunista criou uma religião de Estado.
A alma do chinês precisa do estereótipo, cultuar o mito do herói e os antepassados. E se o país está em ritmo de crescimento, o Estado oferece aquilo que as pessoas precisam e desejam, é porque as coisas vão bem e não há o que questionar. “Na história chinesa só existe o censo crítico quando a coisa está muito mal”, afirmou Adriano.
O chinês tem uma grande capacidade de penar o futuro para daqui a anos, de realizar planejamento que se estende às gerações futuras. Essa capacidade, somada ao espírito disciplinado da sociedade chinesa, que faz “o tema de casa”, é uma das explicações do alto índice de crescimento verificado no país, mesmo quando o mundo enfrenta forte retração em função da crise internacional.
O chinês tem muito em comum com o brasileiro, comparou Adriano. Eles adoram futebol e novela. “Na China há canais de televisão que transmitem novela 24 horas do dia”, relatou o mestre, lembrando que a primeira novela brasileira que passou na televisão chinesa foi Escrava Isaura, com grande sucesso.

Fonte: alc

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