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Padre produz cerveja artesanal dentro de convento de igreja em Juiz de Fora

Desconhecida por muito fiéis de Juiz de Fora, uma fábrica de cerveja artesanal funciona no convento construído por religiosos holandeses ...

Desconhecida por muito fiéis de Juiz de Fora, uma fábrica de cerveja artesanal funciona no convento construído por religiosos holandeses da Congregação Redentorista no fim do século 19, na Igreja de Nossa Senhora da Glória. O trabalho é conduzido pelo padre Flávio Campos, que vai ao município duas vezes por ano para produzir a Hofbauer, a cerveja do convento. Para o trabalho, que exigiu pesquisa e apoio de cervejeiros para ser retomado, há uma benção, que consta no Ritual Romano, que é um livro que reúne os ritos da Igreja Católica.

A homenagem a São Maria Hofbauer, santo austríaco da Congregação do Santíssimo Redentor, revela momentos comuns antigamente. “A Igreja nunca viu como uma incoerência o consumo da cerveja com a convivência comunitária, com a fé. Ela compunha o almoço no cotidiano da comunidade”, contou o padre. Na Idade Média, a cerveja era fabricada por religiosos em mosteiros e conventos. O padre contou que a forma de produção é muito antiga e totalmente artesanal.

A produção chegou a Juiz de Fora com os missionários redentoristas que se estabeleceram na cidade. “Os irmãos holandeses passaram para os irmãos brasileiros e ela parou com o irmão Geraldo em 1994. Então, de 1994 a 2009, houve um espaço em que ninguém aprendeu, ninguém produziu”, contou.

Foi preciso pesquisa para descobrir a forma correta e adequada de realizar o trabalho. “Recolocar em funcionamento a cervejaria foi ter um pouquinho de paciência para entender como funcionava um equipamento que mesmo quem produz hoje desconhe”, afirmou.
O padre tem que fazer força para bombear a cerveja e para engarrafar também. Para retomar a produção, ele contou com a receita original e com a ajuda de cervejeiros da cidade, como Cristiam Rocha. “O primeiro grande desafio foi desvendar um processo de produção em um equipamento de 120 anos e que, apesar de toda essa defasagem tecnológica e temporal, é um equipamento extremamente eficiente”, explicou.

Para Cristiam Rocha, essa produção na cidade é de grande importância cultural. “Tem uma herança cultural muito grande, não só para Juiz de Fora, para Minas Gerais, como para o Brasil todo. Nós não temos notícia de outra produção dessa operando hoje fora da Europa”, disse o cervejeiro. Padre Flávio Campos concorda com a relevância da manutenção da produção. “Do que vale você ter um patrimônio histórico como esse e ele ser parado, morto? Então, ele está aqui para produzir cerveja”, analisou.

A notícia surpreendeu fiéis que sempre frequentam a Igreja de Nossa Senhora da Glória. “É a primeira vez que eu vejo falar que tem cerveja na igreja. Eu não sabia”, disse o aposentado Afonso Oliveira. “Nós temos a nossa novena. Cervejaria, nós não temos”, comentou a aposentada Maria Ferreira.

inf/ G1

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