Presos eram obrigados a pagar o dízimo e a comprar produtos vendidos por membros da igreja segundo MPE
O promotor de Justiça Célio Wilson de Oliveira, responsável pelas investigações, disse que as atividades ilegais só seriam possíveis com a...
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O promotor de Justiça Célio Wilson de Oliveira, responsável pelas investigações, disse que as atividades ilegais só seriam possíveis com a participação dos agentes prisionais, e com o conhecimento da administração do CRC.
Em nota, a secretaria nega a irregularidade e afirma que não compactua com quaisquer atividade ilegais ocorridas no interior do centro.
O Ministério Publico Estadual desarticulou, na semana passada, um esquema de extorsão que era comandado por membros de igrejas evangélicas, dentro da carceragem.
Segundo o MPE, os presos eram obrigados a pagar o dízimo, diariamente, e a comprar produtos alimentícios vendidos por membros da igreja.
O presidente do Sindspen afirmou, em entrevista, que os agentes são praticamente obrigados a pactuar com a ilegalidade, devido à superlotação, falta de estrutura e comando na unidade prisional.
“Os agentes prisionais não podem fazer nada. A situação é muito mais grave do que pode parecer: Não se trata apenas a extorsão, de cobrança de dízimo. Na verdade, quem dá as ordens são os presos. Vivemos sob o perigo constante e o risco de rebelião é grande. Os agentes que vão contra e reclamam acabam sendo transferidos e vão para presídios distantes, longe das famílias. A Sejudh fica jogando a culpa nos gestores anteriores, que não fizeram o trabalho direito. Mas, também não o fazem na atualidade”, disse o sindicalista.
Esquema na carceragem
Na semana passada, o Ministério Publico Estadual (MPE) desarticulou um sistema de extorsão promovido por membros de igrejas evangélicas, dentro do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC).
A operação foi em cumprimento a mandados de busca e apreensão, expedido pela 2ª Vara de Execução Penal da Capital.
A ação foi motivada por várias denúncias de presos e de parentes, sobre a cobrança de dízimo.
Os denunciantes relatam que os presos que não contribuíam com as igrejas sofriam agressões, eram punidos com transferência para outras alas e até perdiam o direito de dormir em camas.
O promotor aponta que as denúncias pesam contra três igrejas evangélicas: Universal do Reino de Deus, Assembleia de Deus e Deus é Amor.
Ele informou que foram encontrados, aproximadamente, R$ 1,5 mil, com um representante da Igreja Universal. Por mês, a renda de cada igreja, dentro do presídio, é de R$ 15 mil.
No material recolhido pelos investigadores estão boletos bancários com o nome da igreja, dinheiro, além de um extrato bancário em nome de um preso e o saldo de pouco mais de R$ 43 mil.
A operação teve a participação de 50 policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e da Ronda Tática Ostensiva Móvel (Rotam), além do Ministério Público (MP) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O Centro de Ressocialização de Cuiabá tem capacidade para abrigar 392 reeducandos, mas possui cerca de 1,1 mil, atualmente.
informações de MIDIA NEWS