Jornalistas da Al-Jazeera libertados de prisão egípcia, segundo revelam famílias dos presos

Os jornalistas da emissora Al Jazeera (Catar) Mohammed Fahmi e Baher Mohammed, que estão sendo julgados no Egito, foram libertados nesta sexta-feira após pagamento de fiança, informou o canal.

O Tribunal Penal do Cairo ordenou ontem a libertação dos dois repórteres, que passaram 411 dias na prisão, durante a primeira sessão da repetição do julgamento de ambos.

Apesar disso, os dois jornalistas não poderão sair do país e continuarão sendo julgados por prejudicar a imagem do Egito e colaborar com a Irmandade Muçulmana, organização declarada terrorista no país.

A agência estatal de notícias “Mena” disse ontem que a fiança para libertar Famhi era de 250 mil libras egípcias (cerca de US$ 32 mil dólares), mas não disse se o valor para Mohammed era o mesmo.

Para a “Al Jazeera”, a medida foi um “pequeno passo na boa direção” e permitirá aos jornalistas encontrar suas famílias após 411 dias separados.

Fahmi renunciou recentemente a sua nacionalidade egípcia e ficou apenas com a canadense para poder se adequar a uma norma aprovada em novembro do ano passado que permite a deportação de estrangeiros condenados no Egito, mas por enquanto não foi anunciada nenhuma decisão das autoridades neste sentido.

O Tribunal de Apelação do Cairo aceitou no início de janeiro a repetição do julgamento e anulou as condenações de entre sete e dez anos contra os dois jornalistas e outros cinco acusados.

Ambos os jornalistas foram presos em dezembro de 2013 ao lado do australiano Peter Greste, que foi deportado em 1º de fevereiro mediante um decreto presidencial, após passar 400 dias na prisão.

O caso dos jornalistas gerou uma grande polêmica e uma onda de críticas de organizações de direitos humanos e da comunidade internacional. EFE

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