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Evangélicos deixam costume de lado e doam cabelo

Cabelo comprido, na altura da cintura, é marca registrada e tradição da igreja evangélica. Cortá-lo é afronta aos bons costumes e um sinal d...

Cabelo comprido, na altura da cintura, é marca registrada e tradição da igreja evangélica. Cortá-lo é afronta aos bons costumes e um sinal de vaidade. Mas um grupo de mil crentes de Rio Preto rompeu essa tradição em nome da solidariedade. Abraçaram a campanha “Fios de Esperança”, coordenado pela igreja Ministério Mudança de Vida, desde dezembro passado.

Os fios são doados para confecção de perucas para crianças que fazem tratamento contra o câncer. "É realmente uma mudança de vida. Deus avalia bem mais o que está no nosso coração do que a nossa imagem externa. Entendemos que é melhor dar, do que precisar receber", disse a pastora Aida Ribeiro Modesto, 46 anos, que coordena a campanha em Rio Preto e está ampliando para outras cidades.
A ideia surgiu por acaso, depois de uma brincadeira com o marido, que é careca. "Ele brincou que ia fazer uma peruca para ele. Isso me fez prestar atenção nas crianças. As menores não se importam muito, mas as mocinhas, de 11 anos para frente, sentem vergonha. Sempre usam alguma coisa para cobrir a cabeça", contou Aida.

Logo que o projeto foi iniciado, uma boa surpresa. "Esperava cerca de 300 doações. Mas não parou mais de chegar cabelo. O interessante é que pessoas de outras religiões e instituições também colaboraram." Entre as doadoras está a vendedora Fernanda Michelli, 34 anos, que ofertou 46 centímetros. "Meu cabelo sempre foi a parte que mais gostei. Achava que não viveria sem ele. Fiz um voto com Deus, e depois de alcançar a benção, doei. Eu me sinto ótima e muito feliz."

Mas nem todos são flexíveis à tradição. A aposentada Raquel Carvalho Rodrigues, 77 anos, da Adventista do Sétimo Dia, mantém o costume até hoje. Nunca passou a tesoura na cabeleira, só para tirar pontas. " Era honroso ter cabelo comprido. Hoje a igreja não faz mais essa cobrança, mas como acostumei, prefiro deixar", afirmou. Questionada se doaria os cabelos para uma pessoa com câncer, ela responde que sim, mas ainda não aderiu à campanha.

informações de diarioweb

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