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Telefónica pressionada a subir

Até onde pode chegar a oferta da Telefónica pela Vivo? Essa é agora a pergunta que pode valer milhões, ou, no caso, mil milhões de euros. De...

Até onde pode chegar a oferta da Telefónica pela Vivo? Essa é agora a pergunta que pode valer milhões, ou, no caso, mil milhões de euros. Depois de ontem o conselho de administração ter continuado a considerar que o reforço em 800 milhões de euros do preço oferecido pela operadora espanhola é baixo face ao valor estratégico da Vivo, a bola está agora do lado dos accionistas - que vão poder manifestar-se em assembleia geral. Mas também do lado da Telefónica, que, apesar de ter referido que a sua nova proposta é "firme e incondicional", continua a enfrentar pressões para aumentar a oferta, também por via dos analistas internacionais, a apontarem valores para a Vivo entre os sete e os oito mil milhões de euros.

A disparidade de valores entre a oferta inicial de 5,7 mil milhões apresentada a 10 de Maio, os 6,5 mil milhões oferecidos terça-feira e os indicadores de preço dos analistas tem, de resto, alimentado dúvidas junto de alguns dos principais accionistas da PT sobre a credibilidade e transparência das contas apresentadas pela Telefónica, disse ao DN fonte próxima da PT. Essa terá sido, de resto, uma das razões pelas quais a decisão de recusa do conselho de administração recolheu "total unanimidade".

Por outro lado, torna-se agora claro que só as sinergias fiscais que a Telefónica pode obter no Brasil com a Telesp (rede fixa) e a Vivo (móvel) ascendem a qualquer coisa como 1,5 mil milhões de euros. Isso faz que o valor estratégico da Vivo para a operadora espanhola seja substancialmente maior do que o valor que esta tem demonstrado.

Outra incógnita que baralha os accionistas, pois a operadora não abre o jogo, é saber se a Telefónica vai ou não consolidar com a Telecom Itália, da qual detém 40%, e que está presente no Brasil através da TIM.
Até agora, o valor da oferta pela Vivo já subiu 14%, mas se chegar até ao intervalo de 7,5 mil milhões - entre as balizas admitidas pelos analistas - estaremos perante um acréscimo de 31%. Seja qual for o desfecho, os accionistas da PT ganharam com a primeira e a segunda recusas da equipa de Zeinal Bava à ofensiva espanhola, o mesmo acontecendo com a cotação da empresa, com ou sem Vivo.

Agora, e de acordo com o estabelecido na reunião de emergência da administração, Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, e Pacheco de Miranda ficaram mandatados para discutirem com a Telefónica os termos da nova proposta até à assembleia geral, que só deverá acontecer dentro de 40 dias.

Em função do evoluir das conversações, a administração - que continua a afirmar-se não vendedora - poderá fazer, ou não, uma recomendação aos accionistas num sentido ou noutro até 15 dias antes da assembleia geral. Agora é tempo de contar espingardas. Até aqui, o núcleo duro está unido e tem a cumplicidade de importantes fundos internacionais. Mas, para parafrasear Ricardo Salgado, "tudo tem um preço"./DN

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