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Caminhão passa por cima do tapete de Corpus Christi em Resende

Cumprindo a tradição católica que homenageia Jesus Eucarístico no feriado de Corpus Christi, fiéis da paróquia Sagrado Coração de Jesus, que...

Cumprindo a tradição católica que homenageia Jesus Eucarístico no feriado de Corpus Christi, fiéis da paróquia Sagrado Coração de Jesus, que agrega grupos das igrejas do Cristo Ressuscitado, Santa Cecília, e da comunidade Brilho da Sagrada Família, em Resende, reuniram-se na madrugada de ontem, às 5h, para iniciar a ornamentação da Avenida Governador Portela, no bairro Vila Julieta, com tapetes religiosos.

Cerca de 25 pessoas trabalharam para reproduzir imagens sacras a partir de materiais como pó de serragem, cal, pó de café reutilizado, além de tintas coloridas. Para os fiéis esses tapetes são mais do que simples simbologias: eles demonstram respeito, devoção e louvor a Jesus Cristo. Após a conclusão dos tapetes os católicos aguardam a missa e somente o padre, com o Cristo Eucarístico, pode passar por cima dos tapetes. Assim que acaba a procissão os fiéis desfazem os tapetes.

Mas esse ano a tradição religiosa dessa comunidade foi drasticamente modificada. Por volta das 8h um caminhão da concessionária Água das Agulhas Negras passou por cima dos tapetes antes mesmo da procissão, marcada para 9h. Apesar dos protestos e pedidos dos fiéis o motorista do caminhão insistiu em desrespeitar a tradição religiosa do bairro. Para a coordenadora da igreja Santa Cecília, Maria Inês Dias, a atitude do motorista foi proposital.
- Nós começamos a fazer os tapetes às 5h. Quando foi mais ou menos 8h apareceu um caminhão vindo em direção aos tapetes, que já estavam prontos. Não acreditamos que ele ia passar por cima dos trabalhos, até porque aqui tem muitas avenidas paralelas, não havia a menor necessidade dele fazer isso. Quando percebemos que ele ia realmente passar com a roda por cima das imagens pedimos para ele não fazer isso e dar a volta. Até mesmo trabalhadores de uma oficina em frente, que não são católicos, pediram para que ele não passasse por cima dos tapetes, mas não adiantou nada, o motorista passou e ainda ficou rindo - contou indignada a coordenadora. Outros participantes da procissão confirmaram o desrespeito e todos mostraram-se muito chateados.

Para o historiador e diretor do Arquivo Histórico de Resende, Claudionor Rosa, a atitude do motorista não é novidade. Claudionor, que todos os anos participa da feitura dos tapetes de Corpus Christi da igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, disse que num ano um motorista quase atropelou um dos jovens que trabalhava na rua.

- Teve uma vez que um rapaz quase foi atropelado. No ano seguinte veio um guarda com uma escopeta falar que a gente não podia fazer o tapete na rua. Por isso agora nós fazemos os tapetes só em frente à igreja, dentro da Praça Oliveira Botelho, e tem cidades em que as pessoas estão tendo que fazer os tapetes dentro das igrejas mesmo. Ninguém respeita mais nada hoje em dia - lamentou o historiador. Nas outras comunidades os fiéis puderam trabalhar normalmente, sem maiores transtornos./Diario do vale

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