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Salvador já tem 63 casos de meningite. Avanço assusta população

Desde o início deste ano, Salvador registrou 63 casos de meningite com 22 mortes. Os números mostram que, em comparação com o ano passado, h...

Desde o início deste ano, Salvador registrou 63 casos de meningite com 22 mortes. Os números mostram que, em comparação com o ano passado, houve um crescimento de 47,6% de casos da doença. O fato tem assustado a população, que busca os postos de saúde à procura de vacina ou de uma orientação que garanta a proteção contra a doença. Só na última semana, foram seis mortes.

A diarista Helenita dos Anjos, 34 anos, perdeu um dia de trabalho para tentar vacinar os dois filhos de 2 e 4 anos. Moradora da Fazenda Grande, ela garante que o sacrifício vale a pena para evitar o que aconteceu na última terça-feira, no mesmo bairro, onde Íris Laine Abade da Silva, 18 anos, faleceu, também vítima da meningite bacteriana do tipo C. “Se eu pudesse, vacinava todo o mundo lá em casa, mas os postos só vacinam criança e não tenho condição de bancar particular”, reclama.

REAÇÃO
Na próxima segunda-feira, representantes do Ministério da Saúde e das secretarias estadual e municipal vão se reunir para definir estratégias que contemplem o controle da doença. Embora Salvador não viva um surto de meningite, a própria Secretaria Municipal de Saúde (SMS) reconhece a tendência de crescimento dos casos nos últimos três anos e aponta para uma mudança no perfil epidemiológico da doença, que passou a ser mais recorrente entre as pessoas com idades entre 10 e 19 anos, com maior taxa de letalidade nas faixas de idade que variam dos 10 aos 49 anos.

Outra situação relevante demonstrada nos últimos boletins da SMS é o aumento do percentual de casos de meningococcemia em 2010. Essa é a forma mais agressiva da doença e que apresenta a maior dificuldade na suspeita diagnóstica.

CUIDADOS
De acordo com o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, o infectologista José Tavares Neto, é preciso redobrar os cuidados neste período em que há muita chuva e as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas. “Como o contágio ocorre de pessoa a pessoa, por via respiratória, é importante evitar ou reduzir contatos prolongado em ambientes fechados”, diz.

A diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, a médica Alcina Andrade, lembra ainda que a bactéria que causa a meningite meningocócica está presente em cerca de 15% da população. Essas pessoas, mesmo sem a doença, transmitem o agente. “Esse é o tipo de doença com que, em diversos momentos da vida, terminamos tendo contato, mas é a diminuição do sistema de defesa imunológico que vai determinar o surgimento da doença e seu agravamento”, esclarece a médica, destacando que,em apenas 20% dos casos, a meningite chega a óbito.

Caos em que há queixas de febre alta, dor de cabeça intensa e contínua, rigidez na nuca, manchas vermelhas no corpo e vômito em jato devem ser encaminhados aos serviços de saúde o mais rápido possível para que as suspeitas sobre meningite sejam afastadas.

Assim que a identificação da doença é feita, o paciente deve iniciar o tratamento com antibiótico específico. “Com 48 horas de tratamento, o doente deixa de transmitir a meningite”, explica a diretora médica do Couto Maia, referência no tratamento da doença, Verônica Mascarenhas.

Cuidados devem ser redobrados
De acordo com a diretora da Vigilância Epidemiológica do estado, a médica sanitarista Alcina Andrade, apesar da mudança do perfil epidemiológico em Salvador, isso não significa que as crianças deixem de ser priorizadas, na capital e no interior.

“Como o sistema imunológico da criança ainda não está pronto para se defender, os pais devem evitar levar essas crianças para ambientes onde haja aglomerações, como shopping centers e festas populares”, ensina a médica.

Alcina destaca que é de extrema importância seguir todo o calendário vacinal, pois, ao proteger o bebê contra doenças como sarampo, rubeóla, tuberculose e tétano, também se está protegendo de algumas formas de meningite. “É muito importante que a vacinação seja seguida rigorosamente”, ressalta a médica.

Nos bebês, observe sempre se a moleira está tensa ou estufada, se há irritação ou inquietação./ correio 24horas

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