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Sexo, hipocrisia e 10%

 Publicado em 14 de janeiro 2010 Não é todo dia que se pode dar risada de uma história exemplar como a de Iris Robinson, a supermoralista ...

 Publicado em 14 de janeiro 2010

Não é todo dia que se pode dar risada de uma história exemplar como a de Iris Robinson, a supermoralista deputada da Irlanda do Norte apanhada em adultério e corrupção. O caso é uma grande parábola sobre a hipocrisia, até porque um detalhe ajuda a tornar tudo mais claro e vergonhoso e mesmo para nós brasileiros, forçados a conviver com tantos episódios que envolvem desvio de recursos e tráfico de influencia, o caso tem ensinamentos úteis.
Com idade para ser avó do filho de um açougueiro que se transformou em seu amante, Iris Robinson usou o prestígio do cargo de forma classica: ajudou a a levantar recursos junto a duas empresas privadas para a construção de um bar e ainda usou sua influência política para conseguir licenciamento público em tempo recorde. Até aí, nada muito diferente. A diferença é que Iris Robinson também foi generosa consigo mesma. Entregou a maior parte da quantia para o namorado e desviou 10% do que havia conseguido para sua própria conta bancária. Alegou que tinha dívidas a pagar, informa o El País.
Mais tarde, quando os dois romperam, ela tentou ficar com o bolo inteiro. Exigiu todo o dinheiro de volta, alegando que iria transformar metade da quantia em donativo a sua igreja.
Em resumo: Iris Robinson não só queria sexo fora do casamento – mas queria aproveitar a chance para ganhar as chamadas vantagens materiais. O que torna tudo mais chocante não é o sexo, claro, mas o dinheiro, sustenta o jornal.
Enrolada na bandeira da moralidade, Iris Robinson foi uma adversária linha duríssima dos direitos dos homossexuais.
Num país com laços históricos com a política dos EUA, criticou Hillary Clinton quando ela perdoou os casos de Bill Clinton fora do casamento.
Podemos discordar e criticar essas idéias. Mas ninguém pode ser condenado por manifestar sua opinião.
Nós ainda sabemos que as tentações do sexo e do amor costumam ser mais fortes do que as convenções sociais e mesmo convicções pessoais mais íntimas. Se tem alguma dúvida a respeito, aproveite para ler Leon Tolstoy, que escreveu uma obra-prima a respeito, Ana Karenina.
A questão é o dinheiro.
Ao cobrar comissão do namorado a deputada deu um sentido especialmente estranho e vergonhoso a tudo o que ocorria sob os lençois, concorda?

Por Paulo moreira leite em Época

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