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Famoso estelionatário que se passava por pastor é executado

Publicado em  12 de dezembro 2009 Pela internet, ele mostrava a foto no estilo “bonitão”. Já na delegacia, a dura realidade. O estelionat...

Publicado em  12 de dezembro 2009

Pela internet, ele mostrava a foto no estilo “bonitão”. Já na delegacia, a dura realidade.
O estelionatário Marco Antônio de Castro, 32 anos, dono de uma extensa ficha criminal e conhecido no Paraná pelo envolvimento com o ex-policial civil Ricardo Abilhoa, foi assassinado na noite de quinta-feira, em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Nos últimos anos, o rapaz vinha aplicando golpes em mulheres, passando-se por empresário, advogado e pastor evangélico. Marco ficou em evidência pela primeira vez, em dezembro de 2005, ao ser preso por suspeita de agir como “olheiro” dos então investigadores Ricardo Abilhoa e Carlos Eduardo Carneiro Garcia, o “Carlinhos”.
A denúncia é de que Marco, se fazendo passar por estudante de Direito, foi infiltrado na Vara de Inquéritos Policiais (VIP) para desviar processos relacionados aos investigadores.
Para esse serviço, ele receberia R$ 10 mil mensais e ainda poderia ter suas “broncas” quebradas pelo pai de Ricardo, o procurador Dartagnan Cadilhe Abilhoa. “O Marco foi meu aluno de Direito, na Universidade Tuiuti do Paraná. Era uma pessoa muito inteligente, mas usava isso para o lado errado. A finalidade dele era enganar as pessoas”, lembrou o advogado Dálio Zippin.
“As informações são de que ele dava golpe até mesmo nas pessoas que trabalhavam na VIP”, acrescentou Zippin. Após a prisão de Marco - em dezembro de 2005 - veio à tona um dos maiores golpes aplicados pelo estelionatário.
Em 2002 uma economista caiu na lábia do vigarista, que havia se apresentado como advogado. Dona de uma herança milionária, a mulher levou uma série de golpes do rapaz e perdeu aproximadamente R$ 500 mil.
Até talonários de cheque da economista sumiram e ela chegou a ser interrogada por suspeita de estelionato, já que credores passaram a cobrá-la. Marco ficou pouco mais de um ano na cadeia. Solto em março de 2007, ele continuou a praticar golpes.
Uniu-se a um advogado e lesou um cliente em cerca de R$ 20 mil. Novamente foi parar atrás das grades, mas por pouco tempo e, em agosto de 2008, deixou a cadeia.

Mulheres
Desde então, o alvo do malandro passou a ser as mulheres. Com boa conversa, ele se aproximava das vítimas e, depois de ganhar confiança, as enganava. Logo no início de 2009, levou R$ 100 mil de uma mulher. O caso foi registrado na Delegacia do Estelionato e Desvio de Cargas (DEDC).

Outro caso chama atenção pela total falta de sensibilidade de Marco. A filha dele estava internada no Hospital Pequeno Príncipe, com câncer. Lá, o rapaz conheceu uma mulher, que também tinha uma filha internada, com a mesma doença.
Mesmo diante da situação delicada das crianças, Marco aproveitou para enganar a mulher. E também lesou o hospital, passando um cheque roubado de R$ 10 mil. O Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) estava investigando o golpe.

A última vítima conhecida de Marco foi Raquel Lucca, com quem ele chegou a manter um relacionamento íntimo. “Conheci ele pelo Orkut, em agosto. Ele mandava flores caríssimas, dizia que era empresário, além de advogado e pastor da Igreja Assembléia de Deus”, contou a mulher.
Porém, em pouco tempo, o carinho de Marco foi substituído pelo ímpeto de enganar. “Ele locou dois carros pela minha agência e nunca devolveu, roubou meus cartões de crédito e fez empréstimos em meu nome”, lembrou Raquel.
Em outubro, ela descobriu toda a farsa e passou a enviar e-mails para os veículos de comunicação denunciado o vigarista. De acordo com Raquel, Marco se mudou para São Leopoldo, após a morte da filha, e envolveu-se com uma quadrilha de estelionatários que agia no Rio Grande do Sul.
A história de um dos maiores golpistas de Curitiba acabou na noite de anteontem. Ele foi executado com dois tiros na nuca, no bairro São Miguel, naquele município.
Uma testemunha contou à polícia que um carro vermelho passou atirando por volta das 20h. Devido ao histórico de Marco, suspeita-se que ele tenha sido morto por vingança ou por queima de arquivo.

Fonte: Paraná Online

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